segunda-feira, 6 de junho de 2011

Aula de futebol no Japão

Famílias com crianças, bicicletas, pessoas comportadas. É um domingo de sol no Japão. É dia de jogo e nem sinal de flanelinhas, cambistas, ambulantes e, o principal, brigas nas imediações do estádio.

Torcedores vestem a camisa do time sem medo.

Para quem vai de bicicleta, o estacionamento é gratuito e praticamente dentro do estádio.

O duelo é Kashiwa Reysol X Vegalta Sendai  pela Copa Nabisco, equivalente à Copa do Brasil.
Kashiwa tem o técnico brasileiro, Nelsinho Batista, e outros 3 jogadores brasileiros, sendo um deles o recém chegado e a aposta do time, Jorge Wagner (ex- São Paulo), ou melhor, JorgÊ WaguenerÊ, como ele é chamado pela torcida! É o time líder da J-League, o campeonato japonês.
Vegalta Sendai, representa a região do epicentro do terremoto de 11 de março. O time não é lá dos mais fortes, mas depois da tragédia é um exemplo de raça e vontade de vitória. Querem erguer o nome da cidade e já estão no 2º lugar na J-league. A torcida está no clima! Não para de cantar um minuto!
O estádio comporta um público pequeno, mas quem senta na primeira fila fica a poucos metros do campo, separado apenas por uma pequena grade. E nunca há invasões.
Antes da partida começar, o líder da torcida dos donos da casa (Kashiwa Reysol) pega um megafone e começa a fazer piadas. O estádio inteiro dá risada, até a torcida adversária. Eu também ri, mas não entendi UMA palavra!
Bola rooolaaaando em Kashiwa!!! A galera nas arquibancadas não para: “Kashiwa Reysoool, Kashiwa Reysoool”, “Let’s - go – Sendai!”.
A bandeira do Brasil emociona e mostra o respeito e carinho da torcida com os nossos craques!
Detalhe para a despreocupação de uma torcedora com a bolsa, isso não é absurdo por aqui!
Agora preste atenção nestas fotos:
Ficaria surpreso se eu dissesse que são do final do jogo e que o time da casa perdeu: 0x1 Vegalta Sendai !
As equipes se cumprimentam no começo e final da partida. Não importa o resultado, agradecem a todos os lados da torcida. Se ganhar, distribuem balas para a arquibancada! Perdendo, recebem os aplausos mesmo assim! E se curvam aos torcedores em sinal de respeito.
Fim de jogo. Será que precisa de gari por aqui?

Cada um leva o seu lixo.
A saída dos jogadores é assim: a torcida está lá, à espera de um autógrafo, um “oi”, uma foto, ou para mostrar uma graça.
Jorge Wagner, agora ídolo do Kashiwa Reysol. 
Este maluco é o mascote da torcida, figurinha carimbada

Mesmo na derrota os jogadores recebem apoio. Xingamentos por aqui nem pensar.

Quem disse que o Brasil não tem nada a aprender com o futebol do Japão ?!?!

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